google.com, pub-9626352403045660, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Primeiro Reinado (1822 - 1831)

Primeiro Reinado (1822 - 1831)

    

 D. Pedro I deveria governar o país até sua morte, no entanto em 1831 foi obrigado a abdicar ao trono brasileiro em favor de seu filho Pedro de Alcântara de apenas 5 anos de idade. Os fatores que levaram ao fim do primeiro reinado foram: 


    1. Crise econômica - Motivada pela série de empréstimos contraídos pelo Brasil junto aos bancos ingleses, e ainda pela queda dos preços dos principais produtos de exportação do Brasil, o açúcar e algodão que sofriam forte concorrência das Antilhas, no caso do açúcar e dos EUA no caso do algodão. A situação ainda ficou mais grave com a Guerra da Cisplatina.


Guerra da Cisplatina

    A Cisplatina foi anexada ao Brasil por D. João VI, em 1821. Seus habitantes, de origem espanhola, não aceitavam essa união. Em 1825, um movimento revolucionário opunha-se ao Brasil, declarando a anexação da Cisplatina à Argentina. Iniciou-se uma guerra entre Brasil e Argentina, com muitas mortes e perdas materiais para ambos os lados. Pressionado pelos brasileiros, que não concordavam com a guerra, D. Pedro aceitou assinar o Tratado de Paz com a Argentina, sob a mediação inglesa, em que se reconhecia a Independência da Cisplatina, que passou a se chamar, a partir de 1828, República Oriental do Uruguai. A guerra durou três anos e ajudou a arruinar a economia brasileira, que culminou com a falência do Banco do Brasil em 1829. A popularidade de D. Pedro sofria mais abalos.


    2. A Questão do trono português - O direito de sucessão do trono português, com a morte de D. João VI em 1826, passou a pertencer a D. Pedro, que renunciou em favor de sua filha D. Maria da Glória. Sendo esta ainda criança, D. Miguel, irmão de D. Pedro, ficou na regência do trono. Contudo, D. Miguel foi aclamado rei em 1828, com o apoio da Santa Aliança. Para garantir os direitos de sua filha, D. Pedro entrou em conflito com seu irmão. O envolvimento do imperador com a questão sucessória de Portugal gerou protestos da elite brasileira que temia que D. Pedro tomasse para si o trono português e mantendo o império do Brasil, reunisse as duas coroas colocando em risco a independência do Brasil. 


    3. A oposição liberal - As críticas eram profundas ao governo de D. Pedro principalmente através de jornais que publicavam artigos severos contra a situação política do país. A elite proprietária brasileira também se colocava contra D. Pedro assumindo uma posição liberal. No entanto, este liberalismo, significava tão somente ser contra o absolutismo imposto pelo imperador, sem mais preocupações ideológicas. Ou seja, manter a escravidão e os privilégios desta classe era de grande importância. 


    Outro setor social envolvido era a classe média das grandes cidades brasileiras que assumia posições mais radicais de implantação de urna República e discutia o fim da escravidão. 


    Os jornais eram as armas deste grupo contra o imperador. Em um destes jornais, "O Observador Constitucional", de São Paulo, escrevia o médico e jornalista italiano Líbero Badaró, que assinou artigo ofensivo aos militares. Por isso foi surrado até a morte por militares favoráveis a D. Pedro I. 


    Antes de morrer Líbero teria dito: "Morre um liberal mais não morre a liberdade." Seu assassinato transformou a figura de Libero Badaró e um herói da liberdade no Brasil contra o absolutismo de D. Pedro, sendo este, inclusive, acusado de ter encomendado o crime. Houve grande comoção popular com protestos contra o imperador. 


    A situação era grave, e o único segmento que apoiava D. Pedro era o partido português, formado em sua maioria por grandes comerciantes e militares de origem portuguesa. Para tentar acalmar a situação, o partido português, elaborou uma estratégia na qual D. Pedro deveria percorrer as províncias para aclamar a situação. No entanto, ao chegar a Minas Gerais D. Pedro foi recebido friamente com cartazes que exaltavam a figura de Libero Badaró.


    D. Pedro I retomou ao Rio de Janeiro a 11 de março encontrando a oposição nas ruas, tomando espaços, contestando. Os conflitos culminaram na noite de domingo, 13, quando um grupo mais exaltado atacou casas dos "pés de chumbo" - portugueses, que responderam jogando garrafas num episódio que ficou conhecido como Noite das Garrafadas


    O imperador, pressionado por toda a situação após um manifesto redigido por vinte e três deputados e pelo senador Vergueiro - nomeou, a 19 de março, um novo ministério formado por políticos mais liberais. Entretanto, a oposição não cessou. No dia 25 de março, comparecendo à cerimônia de comemoração do sétimo aniversário da Constituição Imperial, D. Pedro I ouviu gritos de "Viva o imperador enquanto constitucional" e "Viva D. Pedro II".


    Nos primeiros dias de abril as ruas viviam momentos de grande inquietação: grupos exaltados passaram a defender a necessidade de um Governo republicano. A imprensa pregava "o dever sagrado da resistência à tirania". A pressão continuava e no dia 5 de abril D. Pedro I constituiu um novo ministério - o Ministério dos Marqueses - todos notáveis pela sua impopularidade. No dia 6, desde o amanhecer. numerosos grupos concentraram-se no Campo da Aclamação - local onde D. Pedro fora feito Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, onde circulavam boatos de represálias do imperador à oposição. Exigia-se o retomo do gabinete formado por liberais brasileiros. De noite, a população ainda reunida, viu juntarem-se os corpos de tropa sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva.


    Na madrugada do dia 7 de abril de 1831, não conseguindo contornar a crise, D. Pedro I apresentou o ato de abdicação ao trono. Naquela mesma madrugada deixou o palácio sem se despedir do filho de cinco anos, seu herdeiro, mas enviando-lhe posteriormente uma correspondência na qual assinalava que (...) "me retiro para a Europa (...) para que o Brasil sossegue, o que Deus permita, e possa para o futuro chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz. Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu pai, que se retira saudoso e sem mais esperança de o ver".


    Resumindo: 

    Foram causas da impopularidade de D. Pedro I e que levaram a sua renúncia (abdicação):

  • A dissolução (fechamento) da Assembleia Constituinte; 
  • A repressão violenta aos integrantes da Confederação do Equador (exemplo: a execução de Frei Caneca, líder popular pernambucano); 
  • A guerra que levou a perda da Província Cisplatina; 
  • A sucessão dinástica portuguesa após a morte de D. João VI;
  • A "Noite das Garrafadas", conflito entre portugueses e brasileiros; 
  • A demissão do Ministério Liberal ou dos Brasileiros (de agrado popular) e a nomeação do Ministério dos Marqueses ou dos Medalhões; 
  • O assassinato do jornalista Libero Badaró que escrevia no "Observador Constitucional";
  • D. Pedro utilizou-se de verbas brasileiras para manter sua filha no trono.

Mapa Mental - Primeiro Reinado


  


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